LÍNGUA PORTUGUESA 3ª SEMANA - LEONARDO TRAJANO

 

Secretaria Municipal de Educação, Ciências e Tecnologia
Projeto Professores e Alunos Conectados

 

EEF DALVA PONTES DA ROCHA

Componente Curricular: Língua Portuguesa

Profs: Leonardo Trajano

 

Objeto do conhecimento: Estratégia de leitura: apreender os sentidos globais do texto.

 

Habilidades: (EF09LP02) Analisar e comentar a cobertura da imprensa sobre fatos de relevância social,

 

(9º ano)

Semana: 03  - (01/03 a 05/03)

Aluno (a):

_____________________________________________________________________

 

 

Bem vindos para mais uma aula pessoal!

       

ARTIGO DE OPINIÃO: O artigo de opinião é um texto no qual a opinião do autor é expressa. Nele o autor expõe seu posicionamento sobre um determinado tema de interesse público. É um texto dissertativo que traz argumentos sobre o assunto abordado. O escritor, além de mostrar o seu ponto de vista, deve sustentá-lo com argumentos coerentes.  É um gênero que pertence à esfera jornalístico-midiática, sendo recorrente em jornais, revistas (impressos e virtuais), TVs, rádios e blogs. Em linhas gerais, um artigo de opinião visa convencer outrem a respeito de um tema polêmico. Os temas costumam ser polêmicos e de relevância social. As ideias defendidas em um artigo de opinião são de responsabilidade do autor, e por isso, o mesmo deve ter cuidado com a autenticidade dos elementos apresentados, além de assinar o texto no final.

 

       ESTRUTURA DO ARTIGO DE OPINIÃO: Grande parte dos artigos de opinião segue uma estrutura básica que é dividida em introdução, desenvolvimento e conclusão. 

 

       Introdução – A introdução vem logo no primeiro parágrafo do texto, é onde o autor faz a apresentação do tema que será visto no corpo do texto. 

       Desenvolvimento – É no desenvolvimento que o autor expõe suas ideias para tentar convencer o leitor a concordar com os argumentos que estão sendo apresentados. 

       Conclusão – Na conclusão deve ser apresentada uma ideia para solucionar o problema que foi proposto. 

 

    Os artigos de opinião têm como principais características:

    *O uso da argumentação e persuasão;

    *Os textos escritos na primeira e terceira pessoa;

    *Normalmente os textos são assinados pelo autor;

    *Possuem uma linguagem simples, objetiva e subjetiva;

    *A maioria dos seus temas é da atualidade;

    *Possuem títulos polêmicos e provocativos;

    *O verbo aparece no presente e no imperativo.

 

Sugestão de video: https://www.youtube.com/watch?v=liYbOndd0cA

 

 

 

JUVENTUDE - A UTOPIA DA ONIPOTÊNCIA

 


 

A

adolescência é uma fase extremamente difícil da vida. Talvez a mais difícil. Temos que nos comportar como adultos sem dispor de cacife para isso. Temos que ser fortes e independentes quando ainda nos sentimos inseguros e sem autonomia de voo. Temos que mostrar autoconfiança sexual, mesmo sendo totalmente inexperientes. Temos que formar um juízo a nosso respeito — se possível positivo —, mas nos falta a vivência para aprofundar o autoconhecimento. Enfim, temos que ser ousados e corajosos, embora a cada passo surja o medo para nos inibir.

O que fazer? Frente a tantas incertezas, acabamos seguindo os modelos sugeridos pela própria cultura. Passamos a imitar nossos heróis, “travestindo-nos” de super-homens e de mulheres maravilha. Assim, encobrimos nossas dúvidas e inseguranças. Elas que sejam reprimidas  e enviadas para o porão do inconsciente. Nós seremos fortes e destemidos, para nós nada de errado ou ruim irá acontecer.

Construímos uma imagem de perfeição, de criaturas especiais, particularmente abençoadas pelos deuses. Resultado: nos sentimos onipotentes e, a partir daí, não há coisa no mundo que possa nos aterrorizar, uma vez que estamos revestidos de proteções extraordinárias.

Este “estado de graça” irá perdurar por um tempo variável. É um período bastante complicado para as pessoas que convivem com o jovem, pois ele sabe tudo, faz tudo melhor, acha todo o mundo “alienado” e “burro”.

Só ele é competente e sábio. No entanto, para o próprio jovem, a fase parece muito positiva. Ele, finalmente, se sente bem, forte, seguro e não tem medo de experimentar situações novas. Pode montar o cavalo mais selvagem com a certeza absoluta de que não cairá em hipótese alguma. Mais tarde, quando não for mais tão ousado e confiante, se lembrará dessa época da vida como a mais feliz. Afinal de contas, a sensação de euforia é sempre inesquecível.

Na verdade, ninguém teria nada contra a onipotência, se ela correspondesse à realidade. Porém, não é isso que os fatos nos ensinam. Sabemos que, entre os jovens, são exatamente os mais confiantes aqueles que se envolvem em todo tipo de acidentes graves, quando não fatais. São estes jovens que dirigem seus carros na estrada, durante a madrugada, com o “pé na tábua”. Não sentem medo porque “é óbvio que os pneus não irão estourar” e “é lógico que não irão adormecer ao volante”. São estes jovens que saem de uma festa e, alcoolizados, vão a toda a velocidade para a praia. Sua “imortalidade” só é desmentida por um acidente fatal. Aliás, para ser sincero, parece incrível que não ocorra um maior número de acidentes.

Alguns jovens, onipotentes e filhos diletos dos deuses, andam de motocicleta sem capacete. Desafiam a chuva e o asfalto molhado, depois de usar tóxicos ou ingerir álcool. Fazem curvas superperigosas.

Não se intimidam porque “para eles nada de mau irá acontecer”. E morrem ou ficam paralíticos, interrompendo vidas que poderiam ser ricas e fascinantes. Estes mesmos jovens utilizam drogas em doses elevadas, porque se julgam imunes aos riscos da overdose e suas graves consequências. Chegam a compartilhar seringas, ao injetar tóxicos na veia, pois “é claro que não terão AIDS”. E, pela mesma razão, continuam a ter relações sexuais com parceiros desconhecidos, sem sequer tomar o cuidado de usar camisinha.

Aqueles que não morrem ou não ficam gravemente doentes, um dia acordam desse sonho em que flutuavam em “estado de graça”. Acordam porque lhes aconteceu algo: aquele acidente considerado impossível. Caíram do cavalo. Eles também são mortais! Então, tomam consciência de toda a insegurança e de toda a fragilidade que os levaram a construir a falsa armadura da onipotência. Ao se tornar criaturas normais, sentem-se fracos. Antes era muito melhor. Sim, mas era tudo mentira. Agora, o mundo perdeu as cores vibrantes da fantasia. Vestiu os meios-tons da realidade. Eles não conseguiram domar o cavalo selvagem e foram derrubados no chão. Terão que aprender a cair e se levantar. Terão que aprender a respeitar mais os cavalos! Terão que saber que todas as doenças, todos os acidentes, todas as faltas de sorte poderão persegui-los. E — o que é mais importante — terão que enfrentar com serenidade a plena consciência de que são vulneráveis. Este é um dos ingredientes da maturidade: ter serenidade na viagem da vida, mesmo sabendo que tudo pode nos acontecer.

 

(Flávio Gikovate. Claudia, fev. 1992.)

 

01. Flávio Gikovate, médico psiquiatra, discute nesse texto um problema relacionado ao jovem adolescente. No 1º parágrafo, várias vezes é empregada a 1ª pessoa do plural, como em “Temos que nos comportar como adultos [...]”. A quem o autor se refere, ao empregar a 1ª pessoa?

 

02. Com o emprego repetido do verbo ter, o 1º parágrafo passa a impressão de que cada um de nós tem de apresentar uma série de comportamentos exigidos pela sociedade. Observe alguns deles, enumerados pelo autor:

 

• Comportar-se como adulto. • Mostrar autoconfiança sexual. • Ter ousadia e coragem.

• Ser forte e independente. • Formar um juízo de si mesmo.

 

Por que esses comportamentos são exigidos socialmente?

 

 

 

 

 

03. Releia este trecho:

 

“Frente a tantas incertezas, acabamos seguindo os modelos sugeridos pela própria cultura. Passamos

a imitar nossos heróis, ‘travestindo-nos’ de super-homens e de mulheres maravilha.”

 

 

 

 


Com base no 2º e no 3º parágrafos, responda:

 

a)     Que relação o autor estabelece entre o sentimento de onipotência do jovem e os modelos culturais?

b)  Como é, para os familiares, conviver com um jovem que vive em “estado de graça”? Por quê?

 

A JUVENTUDE NO CINEMA


A imagem da juventude como rebelde, contestadora e inconseqüente é mais ou menos recente na cultura ocidental: data dos anos 50 do século XX para cá. Antes disso, os jovens não eram vistos como um grupo de importância social, com necessidades, valores e interesses próprios.

O filme Juventude transviada (1955) foi o primeiro a registrar a insatisfação dos jovens americanos em relação aos valores da família e da sociedade. Os anseios do movimento hippie e dos jovens dos anos 60 ficaram documentados no musical Woodstock — Onde tudo começou (1970). Nos anos 70, a contestação jovem ficou registrada no filme Laranja mecânica, de Kubrick. Nos anos 90, o filme Kids causou impacto com seus adolescentes decadentes e sem perspectiva. E hoje? Que filme pode traduzir os anseios da sua geração?

James Dean, ator que fez o papel principal de Juventude transviada e que, na vida real, imitou o filme: ainda jovem, morreu em acidente de automóvel.

 


04. No 4º parágrafo, o autor afirma que “ninguém teria nada contra a onipotência, se ela correspondesse à realidade”. Com esse comentário, Gikovate quer dizer que a sensação de onipotência é positiva ou negativa? Explique por quê.

 

 

05. No 5º parágrafo, no trecho “Alguns jovens, onipotentes e filhos diletos dos deuses [...]”, o autor faz uso da ironia — uma figura de linguagem que leva à inversão do sentido comum das palavras — ao empregar a expressão filhos diletos dos deuses. Que efeito de sentido essa ironia causa no texto?

 

 

06. Observe e compare estes dois trechos:

 

“Pode montar o cavalo mais selvagem com a certeza absoluta de que não cairá em hipótese alguma.” (3º parágrafo)

 

“Caíram do cavalo. Eles também são mortais! [...] Eles não conseguiram domar o cavalo selvagem e foram derrubados no chão. Terão que aprender a cair e se levantar. Terão que aprender a respeitar mais os cavalos!” (último parágrafo)

 

Em ambos os trechos, o autor usa a mesma imagem: a do cavalo e do cavaleiro.

 

a)  Em qual deles a imagem tem sentido denotativo e em qual tem sentido conotativo?

b)  No trecho conotativo, além do sentido comum, que outros sentidos ganham:

o cavalo selvagem?

a queda do cavalo? • o respeito ao cavalo?

 

07. No último parágrafo, o autor compara a vida a uma viagem, na qual um dia todos nós acordamos de um sonho e saímos do “estado de graça” em que nos achávamos.

 

a)  É fácil para o viajante abandonar o “estado de graça”? Por quê?

 

b)  De acordo com o texto, qual é o requisito fundamental para fazer a “viagem da vida” de modo tranquilo?

 

08. O texto foi publicado em Claudia, uma revista dirigida principalmente ao público formado por mulheres adultas.

 

Considerando o público a que se destina a revista, indique qual dos itens a seguir expressa a finalidade principal do texto:

a)  Orientar os pais sobre como envelhecer e como lidar com os filhos que chegam à maturidade.

b)  Explicar psicologicamente o que ocorre com o jovem adolescente na transição para a maturidade e orientar os pais sobre como lidar com os filhos nessa fase.

c)   Informar cientificamente o que ocorre com os jovens durante a transição para a maturidade e orientá-los sobre como aproveitar melhor os aspectos positivos dessa fase.

d)  Instruir pais e filhos sobre como devem agir durante esse período em que os jovens se sentem onipotentes.

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